Bem Baiana: Quando você cozinhou pela primeira vez? Como você deu inicio a área
gastronomica?
Gilucci: Minha mãe sempre comenta que desde muito novinho eu já não queria sair
da cozinha, mas o que me lembro com mais nitidez é da época que eu já tinha 12
anos de idade e ajudava meu pai a colocar o feijão no fogo, eu cortava as
linguiças e outras carnes e temperos, refoga uma coisa aqui e outra lá. E isso
foi evoluindo até eu começar a cozinhar massas de macarrão e criar uns “molhos
loucos” para elas.
Mas o amor forte pela gastronomia e a dedicação profissional se deu
inicio aos 18 anos de idade quando comecei os estudos em um curso
profissionalizante do SENAC.
Bem Baiana: O que você considera importante nessa área?
Gilucci: Ter disciplina é um bom começo, mas a paixão exacerbante pelos estudos,
prática e vivência dentro e fora da cozinha são coisas que diferenciam os
profissionais e até mesmo os amantes da gastronomia. Ser cozinheiro vai além de
adquirir uma boa técnica e executar receitas, exige ter uma boa diversidade
cultural, portanto, viajar, ler e de forma geral conhecer costumes e historia
de outros povos ajuda muito no entendimento do uso de ingrediente variados e à
aplicação de técnicas durante o manuseio dos mesmo.
Bem Baiana: O que você mais gosta na gastronomia?
Gilucci: Na gastronomia, eu amo o poder que ela tem de manifestar as diversas
faces do povo e suas microculturas, costumes e tradições.
Bem Baiana: Como você vê a gastronomia baiana? Qual a importância dos ingredientes e criatividade baiana?
Gilucci: Vejo a gastronomia baiana como uma avó que guarda segredos e costumes de
uma tradição antiga e importante, mas que sente necessidade de passar todo
conhecimento adiante para que seus netos possam reinventar e fazer algo que
seja além do aspecto artesanal que toca a tradição, mas que se fala a arte que
represente também os tempos modernos e o pensamento interpretativo da nova
geração. Os ingredientes contam a historia do nosso povo, suas dores, alegrias,
vitorias e perdas, mas também são peças fundamentais para a criatividade do
cozinheiro que queira se arriscar a domar ingredientes de personalidades tão
forte e marcante.
Bem Baiana: O que eh que a Bahia tem?
Gilucci: A Bahia tem um povo maravilhoso que possui o poder de transformar
tristeza em alegria, lagrimas em sorrisos e danças, antipatia em simpatia e
muitos mais, e com o tempo todo esse carisma e poder de transformação irá
refletir em uma gastronomia moderna, mas ligada ao fator ancestral e
cultural que esse povo carrega com
orgulho. E assim todo potencial e versatilidade de seus produtos e técnicas
será disseminado ainda mais.
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